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27 de janeiro de 2011

É Com Esse Que Eu Vou

Olá meus queridos Netos Cibernéticos!

Como vocês estão?

No final de semana a Velha (como eu sou carinhosamente chamada) foi ver algumas montagens que estão em cartaz na Cidade Maravilhosa. Uma delas foi: “É Com Esse Que Eu Vou”, direção de Claudio Botelho e Charles Möeller.



A montagem tem como idéia convidar o público para um grande baile de carnaval, com canções compostas entre as décadas de 20 e 70, porém isso fica apenas na idéia.
Todo o elenco começa cantando em frente as cortinas: apenas eles, o palco, as cortinas e o público, simples e belo. Porém, após o término da primeira música as cortinas se abrem e o cenário cinematográfico enche os olhos, pelo menos o meu encheu. Recursos técnicos não faltam, é fato que a cenografia é linda, a tecnologia quase sempre bem usada, mas falta algo que é essencial para que uma montagem seja, no mínimo, interessante: bons atores.
“É Com Esse Que Eu Vou” é chamado de musical, mas não é. De acordo com meu grande dicionário e consultor, Wikipédia, ‘teatro musical é um estilo de teatro que combina música, canções, dança, e diálogos falados’. Essa montagem não tem diálogos falados. Se a proposta fosse um show de música seria perfeito, merecedor de aplausos em pé, mas não é essa a proposta. A Velha não viu atores, viu cantores, excelentes cantores, mas que não sabem atuar.
A direção da dupla tão comentada Claudio Botelho e Charles Möeller decepciona. O elenco é todo redundante, se a música fala de choro eles colocam a mão nos olhos fingindo chorar, se a música fala de um furo no sapato eles levantam os sapatos para mostrar um furo, se a música fala de amor eles colocam a mão no peito. Pelo amor de Deus, eu já estou velha demais para ver isso. Meus netos da pré-escola não fazem mais isso por ser totalmente infantil e por chamar o público de burro. Então eu me pergunto: para que serve um diretor se não é para perceber esses erros e manias péssimas dos “atores” cantores? Se Botelho e Möeller tivessem o mínimo de respeito com o público tirariam toda a redundância da montagem, eu sei que neste caso é muito trabalho, mas é esse o trabalho deles. A única no elenco que chega perto da salvação é Soraya Ravenle. É perceptível que ela tenta não ser exagerada e redundante, mas em alguns momentos é necessário que ela seja para não destoar dos demais.
Diz no programa que o texto é de Rosa Maria Araújo e Sérgio Cabral. Que texto? Se o texto for a escolha das músicas, confesso que elas foram pessimamente escolhidas, não estou falando da qualidade da música nem de seus compositores, sou fã e vivi na época em que as cantávamos nos bailes, porém as músicas escolhidas vão todas por um mesmo caminho, e depois de 15 minutos você não suporta mais ouvir a mesma batida, o mesmo ritmo e tudo parece a mesma coisa com letras diferentes. O pior de tudo é que a montagem tem 2 horas de duração. Isso mesmo! Duas horas intermináveis de chatisse e péssima atuação!
Alguém que assistiu a montagem poderia me explicar qual é a função de no meio da apresentação um painel baixar e uma projeção falando do Rio de Janeiro aparecer. Ahhh, a projeção é tão redundante quando o resto da montagem: quando é falado do Maracanã advinhem o que eles mostram? Quando é falado da favela o que eles mostram? Quando é falado da praia o que eles mostram? Se eu quisesse ver uma projeção tipo propaganda de televisão sobre o Rio de Janeiro teria ficado em casa, ligado a TV e deitado confortavelmente no meu sofá. Teatro não é Televisão!
Acho que não preciso dizer que a Velha aqui dormiu né? No intervalo eu deitei da maneira mais confortável possível na poltrona e adormeci, ronquei, babei e acordei com o som dos aplausos do público que achou que estava num show de música e que esqueceu que a proposta era um teatro musical. Ai, quanta decepção.

A Velha indica para os inimigos!

Classificação da Montagem: COISA!

Se você quiser perder o seu tempo, abaixo as informações da montagem:

Montagem: “É Com Esse Que Eu Vou”
Texto: Rosa Maria Araújo, Sérgio Cabral
         Direção: Claudio Botelho, Charles Möeller
Onde: Teatro João Caetano
Quando: Até 13 mar 2011 - qui 12:30 | sex 19:00 | sáb 20:30 | dom 18:00
Quanto: R$ 30.00 (balcão simples); R$ 40.00 (plateia e balcão nobre)

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